No país em que são assassinadas 148 pessoas por dia, em números ainda de 2009, segundo o IBGE,
o que falta é um profundo respeito pela vida humana. O mais cruel é que
o desrespeito reflete a desigualdade. Os mais maltratados são os mais
pobres.
O que sofrem os doentes renais crônicos em Sergipe
acontece em outros estados do Nordeste, do Norte, do centro-oeste, e
até do Sul e Sudeste. A rede pública não está equipada para atender quem
precisa. Como disse um político cearense para um médico amigo meu:
hospital para pobre, para que luxo? O desrespeito tem a audácia de fazer
ironia.
Com o transporte público a relação é parecida. Em Brasília, na capital
do país, por exemplo, os ônibus são velhos, tem goteiras, caem aos
pedaços e ai de quem precise embarcar de cadeira de rodas. A lei manda
que o ônibus tenha elevador, para o passageiro com cadeira de rodas ter
acesso. Pois nem fora do ônibus há acesso. Faltam rampas no meio-fio, as
calçadas têm buracos e são mal pavimentadas.
Tudo isso é resultado dessa cultura de desrespeito à vida humana, no
país que adora falar em direitos humanos. Só fala, enquanto agride esses
direitos. E para fingir que está tudo bem, escreve leis afirmando que
todos são iguais perante a lei, que cadeirante pode entrar no ônibus,
que a saúde é direito de todos.
Comentario de Alexandre Garcia Sobre a reportagem vinculada no Bom dia Brasil comigo no dia 16-07-2012 http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2012/07/cadeirantes-enfrentam-desafios-para-usar-transporte-publico-em-minas.html
http://www.sandrowaldez.com.br/
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